Mensagens para o Congresso da Juventude da FFP



Mensagem do Presidente da Federação do Folclore Português


Caros Jovens.
Em 9 de Novembro de 2013, em Olival, Vila Nova de Gaia, realizar-se-á o Congresso de Juventude da Federação do Folclore Português.
Esta mensagem que vos dirijo é um apelo á vossa participação numerosa e ativa.
Com este congresso pretende-se percorrer mais uma etapa, propondo a todos os Jovens participantes, um olhar atento, consciente e apaixonado sobre a IDENTIDADE do POVO PORTUGUÊS, conhecer, compreender e respeitar a diversidade das expressões culturais que constituem a herança Patrimonial Cultural Imaterial e Material do nosso Portugal, que desejamos preservar e salvaguardar, permitindo às novas Gerações encontrar no presente, orgulho no passado e o desejo de lançar sementes novas, que produzam frutos para o futuro, de valorização e credibilização do Folclore Português.
A minha esperança e confiança está nos Jovens do meu País.(" Ninguém Ama o que não Conhece") O Congresso permitirá reflexões sobre o tema IDENTIDADE, por tal motivo a vossa participação é sobremaneira importante. Há caminhos não andados, que precisam da riqueza das vossas qualidades; do vosso entusiasmo, dinamismo, energias, sonhos, esperança e dos vossos saberes: recursos que possuís em abundância, é essa riqueza que podeis partilhar com os outros.
Sei que, muitos de vós vivais também situações de instabilidade que afetam e perturbam a vossa visão sobre as vivências do passado, não tenhais medo de enfrentar as vossas dúvidas, longe de vos acabrunhar, já que elas exprimem as vossas aspirações, portanto, devem ser ouvidas, para que obtenham respostas sérias, capazes de satisfazer as vossas expectativas, criando em todos vós um grande orgulho por participarem num Grupo de Folclore e através do vosso grupo no movimento do Folclore Português.
Alicerçar o Futuro depende de todos que se deixaram apaixonar pelas suas terras, gentes e tradições, daí que, conto poder encontrar-vos no Congresso, esperançado que a vossa contribuição fará do mesmo, um marco importantíssimo na Cultura de Portugal.
Precisamos da vossa alegria para esta grande Festa da Juventude.
Fernando Ferreira



Mensagem da Coordenadora Geral do Congresso

Caros jovens folcloristas, Aproximamo-nos, a passos largos de mais um congresso para jovens folcloristas preparado pela federação do folclore português. Desta feita, vamos trabalhar sobre a Identidade Local. A identidade local é um conceito centrado na originalidade e singularidade de realidades geográficas físicas e humanas de localidades e regiões, e que tem sido crescentemente reconhecido como um factor de competitividade, perante as forças de globalização económica e cultural. Perante a globalização, entendida como expressão de barreiras espácio – temporais à escala mundial, valoriza-se as escalas e dimensões da localidade e da região, quando toda a esfera económica social se preocupa em identificar as especificidades das localidades e os seus recursos, como elementos dos quais podem resultar vantagens competitivas. A identidade local assume-se hoje como um trunfo, um eixo forte nas políticas de desenvolvimento. A riqueza cultural será então tanto maior quanto mais específica e local se mostrar a identidade. O que se verifica geralmente é uma necessidade latente, que existe por parte de uma comunidade (e sobretudo do poder), de valorizar e mesmo ‘cristalizar’ uma determinada época, determinadas influências, ou seja, precisamente uma parte apenas de toda a diversidade daquilo que será, no fundo, o todo constituinte da própria identidade. A identidade será sempre um factor a ter em conta quando se fala de preservação do património cultural, contudo será necessário haver um grande cuidado para que não haja partes dessa identidade que sejam subestimadas ou mesmo omitidas. Tendo em conta que a identidade está sempre em transformação e construção, teremos imperiosamente que deixar em aberto a possibilidade de que o património se modifique, se transforme, se adapte e se valorize. Queremos, neste congresso, repensar o trabalho dos nossos grupos junto das nossas comunidades e também não esquecer as temáticas já debatidas e todo o trabalho desenvolvido nas ações de formação realizadas nas diferentes regiões do nosso país (continente). Planeamos 1. Refletir sobre a identidade local; 2. Formar e capacitar os jovens folcloristas em cultura popular portuguesa; 3. Compreender a etnografia e o folclore como basilares na construção da sociedade global; 4. Impulsionar novas perspetivas de ação nos grupos de folclore; 5. Promover a representatividade dos grupos associados da FFP. Contamos com a presença ativa e dinâmica de todos. Estamos certos que seremos mais quando formos ainda melhores. Bem hajam!

Ana Rita R. Leitão Granja Vieira
 (Grupo Típico de Ançã)


Fórum O
Povo e a Música - inter-relações


Durante o período da manhã, dedicada ao tema "O Povo e a Música", irão ser explanadas e debatidas questões e experiências que tantas vezes suscitam dúvidas nas recolhas musicais que encontramos por todo o País.
Sendo a música popular e tradicional já tidas como conceitos no meio musical da sociedade ocidental, ainda são consideradas como subdivisões em vários estilos e géneros musicais, assim como a temporalidade que as afetam. Logo, os grupos de folclore estão organizados de forma a cristalizar um determinado período temporal como estilizado e não sujeito a alterações. A música deve ser entendida como parte da cultura, ou seja, como produto da sociedade humana, não esquecendo em nenhum momento a perspectiva histórica, pois será utópico tentar separar a música da cultura da qual é produto.
O perigo de hoje é o de uma aculturação profunda, onde se vê a luta implacável que por todo o lado o mundo rural trava com a modernidade e a tradição entre a sabedoria secular e a uniformização cultural. Tanto se fala de uma civilização universal com base na ciência e técnica, na simultaneidade e facilidade de comunicações.
Será que a "Tradição Oral" é um facto político, influenciado sobretudo pelo Estado Novo, que tentou fazer um paralelismo de "tradicionalmente português", recrutando nas suas representações os principais agentes que poderiam passar, através das indústrias massivas de produção, informações e imagens do que considerava certo, a nível cultural?
Se foi uma máquina organizada de modo a servir as considerações do que lhes parecia politicamente correcto, se consideravam que os "grupos de representação de indivíduos" faziam assim e queriam dar a conhecer a toda a sociedade, quer a nível de Portugal, quer no estrangeiro, os atores foram apenas marionetas nas suas mãos, servindo apenas de intermediários com pouco conhecimento da realidade?
E a memória e a identidade local? O espírito de lugar?
Esperamos pela participação ativa de todos. Os intervenientes convidados serão sobretudo um privilégio para todos nós de conhecermos mais e melhor a identidade local do povo português na perspectiva da música
Até Novembro, no Centro Cultural do Olival!
Helena Fava
(Rancho Folclórico de Moncarapacho)

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